10 de abril de 2007

pelas horas...


pelas horas mais cansadas
se arrastam meus lentos dedos
agora roxos, na pele da tua ausência,
imaginando teus cabelos
vendo-te os lábios, de olhos cerrados.

se nos afasta a presença
mais juntos separados estamos
mais forte a vontade se ergue
fraca força de partir, não sair
fechar os braços, mãos abertas
sobre tua imagem densa,
prendê-la no meu nevoeiro.

penosos passos
os que dou nesta madrugada
tensa, discreta e bruta