6 de dezembro de 2012

Quem quer saber?

Quem sabe por onde ando?
Por que planícies me percorre a alma,
em que fontes bebo?

A que serras subo,
que rios me levam,
em que me lavo e renasço…

Quem sabe?

Esta é uma terra que me fez
e que, fazendo-a,
ergo-me,
distanciando e chegando
ao ponto de partida,
ao porto do destino,
ao sempre e ao nunca…

Quem quer saber?

o ar que nos falta

Quantas folhas,
do tempo filhas, desfilam
as lembranças esperadas?


Quantos fios,
fados do amor desfiado,
desafiam esperanças?


Quais e quantas?
Tantas malhas,
quantas falhas…


O ar que nos falta,
o ser que nos dói,
a chama que nos inflama,
a paixão que nos corrói…


E se nos faltar a figura,
do fulgor e da amargura,
sempre a alma nos segura!

5 de fevereiro de 2012

olhos secos
pela manhã não nascida,
olhos cansados;

precisando aqui de um poema,
precisando aqui de uma força,
pela manhã não nascida.

ah quão raro as campanas tocam
- as que a alma despertam;

as que faltam, as que faltosas têm sido
destes olhos, matinais e ausentes,
como lágrimas redentoras
- as que à alma dão voz...

ah quão raras, precisadas,
manhãs por nascer,
mistérios