Na Noite
Nesta noite igual a tantas,de solitários silêncios e cansaços,vejo espalharem-se dos dias os pedaçosdas misérias... Sim! - do que te espantas?Nesta noite não há fados não há tangos,calaram-se as doces vozes dos fandangos,longe ressoam as toadas,pelos soluços abafadas...Vais pela garoa meu amigo,vem buscar no braço o teu abrigo,- que antes solucem as musas nocturnas!Afinam-se gargantas pelas furnas,na escuridão há quem se afoitee sem medo cante até de noite!