10 de abril de 2007

Na Noite


Nesta noite igual a tantas,
de solitários silêncios e cansaços,
vejo espalharem-se dos dias os pedaços
das misérias... Sim! - do que te espantas?

Nesta noite não há fados não há tangos,
calaram-se as doces vozes dos fandangos,
longe ressoam as toadas,
pelos soluços abafadas...

Vais pela garoa meu amigo,
vem buscar no braço o teu abrigo,
- que antes solucem as musas nocturnas!

Afinam-se gargantas pelas furnas,
na escuridão há quem se afoite
e sem medo cante até de noite!