9 de abril de 2007

Como um rio...


Como um rio, fluíam os dias
Como a luz que corre dos teus olhos
Como a breve sombra, como a penumbra.

Assim me calei e com pedras atormentei a língua.
Suspendi o ar do meu peito,
Vi tua figura chegando,
E vi como o teu calmo rosto me indagava os dias.

Como as águas leves sobre um leito,
Como a brisa solta de Maio.

As casas eram faces fechadas,
E estavam fechadas todas as portas das ruas.

Essa indagação me permanecia, pelas margens todas
Dos caminhos, das jornadas.

Como o ar suspendia o pensamento
Como as pedras do caminho
Como estevas secas
Como toscas palavras de boca ressequida.

Suspenso de mim o tempo
Na secura das areias.