4 de abril de 2007

encontraste-me


encontraste-me.

trincava a vida nos dentes
sabia a fruto verde, reineta
trazia os olhos bem abertos
respirava fundo o chão
de todas as árvores.

achaste-me.

sem que eu soubesse
porque andava
a construir arcos:
mas porque disparava eu
flechas de carne viva
de mim?

vieste
e entraste
em mim escancarado
também sem saberes porquê
viva e verdadeira.