9 de abril de 2007

um dia


um dia
acendemos a seiva rude
dos nossos peitos marcados
e deixámos a raiva à solta
arder em agulhas de fogo.

um dia
ferimos as cordas podres
e desfizemos os fios agudos
do fel em brasa.

foi assim que um dia
firmámos os passos certos
e abrimos as portas do canto
dedilhando nas vozes
as asas rubras da vitória.