5 de abril de 2007

aceita que eu lavre


aceita que eu lavre,
que o teu corpo receba
o meu arado.

quando te acendes
no olhar em chama
do fogo vivo que somos,
lancemos
ao chão as sementes
do pão que se respira
à chuva
e o meu germine
os nossos
e o fruto seja da tua terra.

que do horizonte venham
as vozes das gargantas
e se estendam risos
a ferir o vento e o espanto;
Que se falem as mãos
e alonguem a terra
em cantos de arados.